A revista "O mundo da fotografia digital" do passado mês de Maio apresentou, na secção "passo a passo", uma dica perfeitamente inqualificável sob o tema "Fundos perfeitos em fotos macro". A foto de ilustração é uma flor e a dica nº 1 tem como título "Preparar o terreno", o que é um pouco estranho quando se fala de fotografia macro no campo.
De facto, o que parecia estranho transforma-se num disparate tremendo depois de lido o texto. Ele diz o seguinte: "No terreno, limpe a área em redor do assunto, removendo todas as folhas ou caules indesejados". Esta dica está ainda acompanhada de uma foto em que aparece uma objectiva de uma máquina de um lado e um senhor com uma tesoura da poda na mão a fazer a tal limpeza da área.
É inacreditável como é que uma revista de fotografia publica um texto destes. É fácil de chegar à conclusão que este tipo de textos são simplesmente traduções de um artigo de uma qualquer revista estrangeira. No entanto, as traduções também devem sofrer uma revisão para serem evitados este tipo de disparates.
Eu digo que são disparates porque a fotografia macro é uma das minhas paixões. Por isso, leio o que posso sobre o assunto, para além de frequentar workshops sempre que me é possível. Sinceramente, nunca li nem ouvi qualquer fotógrafo dizer que para termos um fundo perfeito temos que "desbravar" terreno. E confesso que também nunca vi uma tesoura da poda (ou instrumento semelhante) na mochila de qualquer fotógrafo.
O que eu leio e o que me ensinam é que quando fotografamos devemos ter cuidado para não destruirmos o que temos à nossa volta. Obviamente que quando se anda no campo a fotografar, por vezes se pisam algumas plantas. Mas isso é diferente de "moldar" uma flor ou uma planta só porque achamos que assim fica melhor na fotografia. Claro que não é este o caminho a seguir. Quando se quer fotografar, por exemplo, uma flor, não podemos somente olhar. Temos que VER. Temos que nos colocar em vários ângulos e ver qual a melhor composição e qual a melhor luz. E não esquecer que temos de ficar ao nível da flor...
Eu espero que estas dicas não sejam levadas a sério, porque senão arriscamo-nos a começar a ver campos com enormes clareiras e com uma flor isolada no meio da clareira, só porque alguém entendeu que queria fotografar aquela flor e limpou tudo à volta. Seguindo a linha destas dicas publicadas na revista, não é de admirar se num número futuro as pessoas forem aconselhadas a utilizar uma fisga para afastar uma ave do ninho só porque se quer fotografar as crias acabadas de nascer. O princípio "A NÃO SEGUIR" é o mesmo...
Independentemente das revistas Portuguesas de fotografia terem mais ou menos anúncios, terem mais ou menos qualidade, terem artigos Portugueses ou traduções sem qualquer aplicabilidade em Portugal, todas elas têm o seu interesse. No entanto, há que ter cuidado nos artigos que são publicados. Eles têm que ser revistos e filtrados por alguém que entenda de fotografia de modo a não serem cometidos estes disparates e estas asneiras.
De facto, o que parecia estranho transforma-se num disparate tremendo depois de lido o texto. Ele diz o seguinte: "No terreno, limpe a área em redor do assunto, removendo todas as folhas ou caules indesejados". Esta dica está ainda acompanhada de uma foto em que aparece uma objectiva de uma máquina de um lado e um senhor com uma tesoura da poda na mão a fazer a tal limpeza da área.
É inacreditável como é que uma revista de fotografia publica um texto destes. É fácil de chegar à conclusão que este tipo de textos são simplesmente traduções de um artigo de uma qualquer revista estrangeira. No entanto, as traduções também devem sofrer uma revisão para serem evitados este tipo de disparates.
Eu digo que são disparates porque a fotografia macro é uma das minhas paixões. Por isso, leio o que posso sobre o assunto, para além de frequentar workshops sempre que me é possível. Sinceramente, nunca li nem ouvi qualquer fotógrafo dizer que para termos um fundo perfeito temos que "desbravar" terreno. E confesso que também nunca vi uma tesoura da poda (ou instrumento semelhante) na mochila de qualquer fotógrafo.
O que eu leio e o que me ensinam é que quando fotografamos devemos ter cuidado para não destruirmos o que temos à nossa volta. Obviamente que quando se anda no campo a fotografar, por vezes se pisam algumas plantas. Mas isso é diferente de "moldar" uma flor ou uma planta só porque achamos que assim fica melhor na fotografia. Claro que não é este o caminho a seguir. Quando se quer fotografar, por exemplo, uma flor, não podemos somente olhar. Temos que VER. Temos que nos colocar em vários ângulos e ver qual a melhor composição e qual a melhor luz. E não esquecer que temos de ficar ao nível da flor...
Eu espero que estas dicas não sejam levadas a sério, porque senão arriscamo-nos a começar a ver campos com enormes clareiras e com uma flor isolada no meio da clareira, só porque alguém entendeu que queria fotografar aquela flor e limpou tudo à volta. Seguindo a linha destas dicas publicadas na revista, não é de admirar se num número futuro as pessoas forem aconselhadas a utilizar uma fisga para afastar uma ave do ninho só porque se quer fotografar as crias acabadas de nascer. O princípio "A NÃO SEGUIR" é o mesmo...
Independentemente das revistas Portuguesas de fotografia terem mais ou menos anúncios, terem mais ou menos qualidade, terem artigos Portugueses ou traduções sem qualquer aplicabilidade em Portugal, todas elas têm o seu interesse. No entanto, há que ter cuidado nos artigos que são publicados. Eles têm que ser revistos e filtrados por alguém que entenda de fotografia de modo a não serem cometidos estes disparates e estas asneiras.